Nossa batalha não se limita a um único mês do ano; é um compromisso diário. Precisamos de uma conscientização em massa, respaldada por políticas públicas eficazes e uma disseminação ampla de informações. Em especial, durante o período da campanha Abril Laranja, buscamos sensibilizar ainda mais as pessoas sobre os terríveis maus-tratos infligidos a cães e outros animais.
É lamentável que com frequência testemunhemos casos nos quais indivíduos adotam, resgatam ou compram um animal de estimação, apenas para, posteriormente, negligenciá-lo ou cometer atrocidades contra ele. Maus-tratos vão além da violência física. Manter um animal acorrentado 24 horas por dia, alojá-lo em condições insalubres, privá-lo de alimentação ou negar-lhe assistência veterinária também são considerados crimes.
Segundo a Lei nº 14.064/2020, os culpados podem enfrentar uma pena que varia de 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e a proibição de possuir outros animais. Dados da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) revelam que, somente em São Paulo, de janeiro a novembro de 2021, foram registradas 16.042 denúncias de maus-tratos, representando um aumento de 15,60% em relação ao ano anterior.
Um estudo realizado com 400 ONGs pelo IPB revelou que cerca de 60% dos animais resgatados foram vítimas de maus-tratos, enquanto 40% foram encontrados em situação de abandono. Como podemos mudar esse cenário? A conscientização emerge como a principal ferramenta para alterar a realidade desses animais vulneráveis, que sofrem diariamente nas mãos de alguns seres humanos.
Nenhum animal de estimação merece ter sua liberdade cerceada. No entanto, muitos cães vivem em ambientes onde experimentam medo, ansiedade e desconforto. Antes de trazer um novo membro peludo para casa, é crucial que os tutores planejem os custos futuros e ajustem suas rotinas para acomodar o novo amigo. Muitos cães são maltratados ou abandonados devido a comportamentos naturais, como urinar em lugares inadequados, destruir objetos ou latir excessivamente.
A conscientização engloba compreender as necessidades e comportamentos dos animais. Diante de qualquer sinal de maus-tratos, é nossa responsabilidade agir. Seja acionando o serviço de denúncia da região, a polícia militar, a Guarda Municipal ou o órgão competente da Prefeitura, devemos agir imediatamente para proteger aqueles que não podem se proteger por si mesmos.
